Urbanismo sustentável: saiba o que é e sua importância
Promover ambientes urbanos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos são os desafios do urbanismo sustentável.
06/09/2022 • 15h13min • EM LIFESTYLE
O que você vai ver neste artigo:
Já pensou em viver em um mundo onde o trânsito fosse mais tranquilo e inteligente? Onde você pudesse ir a pé ao trabalho? E se pudesse fazer negócio com pessoas que estão na vizinhança?
O urbanismo sustentável tem a proposta de repensar a forma como as cidades estão ocupadas com o objetivo de torná-las mais inclusivas, seguras e sustentáveis.
Se por um lado as cidades são eixo de produtividade, concentrando 70% do PIB (Produto Interno Bruto) global, por outro lado, as altas taxas de densidade demográfica e o crescimento desordenado acarretaram diversos problemas, como aqueles relacionados ao transporte, à poluição, aos resíduos e à segregação.
De acordo com o relatório "World Population Prospects 2022" das Nações Unidas, a população mundial chegará a 8 bilhões em novembro de 2022. E estudos indicam que, até 2030, seis a cada 10 pessoas ao redor do globo viverão em cidades. Em 2050, a projeção indica 9,7 bilhões de pessoas. Será que o nosso planeta e as nossas cidades suportam tantas pessoas vivendo nas cidades?
Promover ambientes urbanos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos são os desafios do urbanismo sustentável.
O que é urbanismo sustentável?
O urbanismo é um conceito que fala da ocupação e exploração das cidades. Segundo o dicionário “é a técnica da organização e da racionalização das aglomerações humanas, que permite criar condições adequadas de habitação às populações das cidades”.
Em poucas palavras, o urbanismo sustentável propõe espaços pensados para beneficiar as pessoas sem impactar o meio ambiente. Desta forma, visa trazer novas configurações para o uso dos espaços públicos, com objetivo de melhorar a experiência cotidiana da população, promovendo saúde, felicidade e bem-estar.
Breve história da urbanização das cidades
A industrialização foi a principal responsável pela migração da população do campo para a cidade. A ocupação das cidades, feita de forma desordenada e com regime precário de moradia, gerou um crescimento urbano caótico: lixo, aglomeração, poluição ambiental e sonora, entre outros problemas.
Para se ter uma ideia, 60 % do consumo global de energia, 70% das emissões de gases de efeito estufa e 70% da produção de resíduos advêm das cidades.
Uma preocupação global
Em 2016, mais de 190 países se reuniram para pensar em formas de melhorar o mundo e estabeleceram metas e prazos para atingir esses objetivos. A chamada nova agenda urbana da ONU Habitat 2016 é um documento intergovernamental que deverá guiar políticas de desenvolvimento urbano nos próximos 20 anos.
Ao todo são 17 objetivos (ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) e 169 metas que deverão ser alcançadas até 2030. Intitulada “Cidades e comunidades sustentáveis”, a ODS de número 11 trata justamente de diretrizes para tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Quais são as principais características do urbanismo sustentável?
O conceito de urbanismo sustentável é aplicado, em geral, com ações que visam melhorar a experiência cotidiana da população, a fim de:
- Absorver o crescimento populacional;
- Minimizar os impactos ambientais causados pela superpopulação;
- Criar moradias ideais, que garantam acesso ao trabalho e qualidade de vida;
- Priorizar o transporte público para o melhor funcionamento da mobilidade urbana;
- Incentivar o uso de espaços públicos e privados que permitam o convívio humano e as relações interpessoais.
Urbanismo sustentável nos espaços públicos
O urbanismo sustentável nos espaços públicos, por meio da revitalização, é um tema atual e de grande relevância. Trata-se da criação de ambientes saudáveis, seguros, socialmente democráticos e culturalmente diversificados.
A revitalização dos espaços públicos é uma estratégia sustentável diante do crescimento dos centros urbanos. É um processo de melhoria contínua, garantindo que esses locais não sejam violados, abandonados ou ignorados, e passam a ter valor e utilidade para os cidadãos.
A cidade de Nova Iorque, por exemplo, passou por um processo de revisão de todo o seu zoneamento, direcionando a verticalização para as áreas mais apropriadas e impedindo o adensamento de regiões já saturadas.
Nesse processo, foi necessário um olhar criterioso para o espaço público e foram realizados diversos projetos e obras de revitalização, como o High Line.
Parque High Line, Nova Iorque
O High Line era um antigo viaduto em desuso que seria demolido e foi transformado em um parque, com espaços verdes e bancos confortáveis. Um espaço que atrai milhares de usuários e se tornou um dos principais cartões-postais da cidade.
Mission Bay, São Francisco
Localizado em São Francisco, na Califórnia, o Mission Bay era uma estação de carga e um espaço com 125 hectares de armazéns que se transformou em um exemplo de revitalização.
Em 1998, foi realizado um projeto de urbanização para reabilitar o local, com prédios de apartamentos, parques (incluindo o parque Mission Creek), lojas, escritórios, escola, biblioteca e centros de pesquisa de biotecnologia. São mais de 20 mil m² de espaço público aberto.
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